A utopia aos 12 e aos 38 anos
Utopia é uma palavra que nem sei por quê sempre fez parte da minha vida. Achei certa vez uma redação que fiz na escola, na aula da temida e brilhante professora Janir, na qual eu usei a expressão "utopicamente falando", naquela fase entre infância e adolescência, onde os dramas brotam, as incertezas gritam - enfim, quem passou dos 12 anos de idade sabe do que estou falando. Para mim, utopia era como viver uma realidade ideal, plena, cheia de tudo o que nos eleva. Eu não conhecia o seu antônimo, a distopia. No máximo, flertei algumas vezes com ela, sem saber seu nome. Hoje, quando me lembro da professora Janir, me vem a sensação de uma busca pela excelência, de criar algo sublime, formalmente perfeito. Não sei do paradeiro da mestra, mas gostaria de bater um papo com ela sobre distopia e conhecer a sua opinião sobre a realidade que nos é apresentada hoje. Em outros tempos, imaginava que a vida caminhava em linha reta e evolutiva. Que um futuro melhor era algo certeiro. Na visã